terça-feira, 11 de novembro de 2014

Nossa Senhora Rainha de todos os Santos

Modelo de Santidade

No mês de novembro a Igreja celebra a solenidade de todos os santos e santas de Deus. Encontramos em diversos homens e mulheres o exemplo, a dedicação para servir a Deus, pessoas que como nós assumiram, durante sua vida, a Cruz de cada dia, testemunhando sua fé em Cristo Jesus. Muitos deles foram capazes de dar sua própria vida por causa dessa fé. Dentre tantos santos e santas de Deus, é impossível falar de santidade, sem lembrar do modelo primordial, do molde de santidade que é Nossa Senhora, a Rainha de todos os Santos.

São Bernardino de Sena afirmava que “Desde o momento em que Maria aceitou ser Mãe do Verbo Eterno, mereceu tornar-se Rainha do mundo e de todas as criaturas... Quantas são as criaturas que servem a Deus, tantas também devem servir a Maria. Por conseguinte estão sujeitas ao domínio de Maria, os homens, os anjos e todas as criaturas do céu e da terra, porque tudo está sujeito ao Império de Deus”. 

Maria é Rainha das coisas visíveis e invisíveis, reina na eternidade, reina sobre todos os santos, pois foi essa mesma donzela de Nazaré que em Belém dava a conhecer o Filho de Deus aos homens e que hoje e sempre nos continua a levar, como Mãe, até Ele, aconselhando cada um de nós em nossas limitações e fraquezas, como aconselhou os criados de Caná, impelindo-os à santidade, com suas doces e singelas palavras: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.   

Maria não é apenas o meio por onde o império de Deus passa, mas é a Rainha que decide por uma vontade própria, produzida em relação à vontade de seu Filho, o Grande Rei. Nossa Senhora é uma obra-prima, é o modelo perfeito para ser seguido. Os que querem dedicar-se a Deus, alcançando em suas vidas a santidade, devem imitar Nossa Senhora.

Santo Agostinho gostava de invocar Nossa Senhora com o titulo de Forma Dei, a Forma de Deus, ou seja, Ela é a forma no qual Deus usa para realizar uma grande produção de Santos.

Foi no seio da Virgem Santa que o Verbo de Deus foi gerado e, é em Maria que nós cristãos somos moldados para um dia na Pátria Celeste cantarmos louvores a Deus junto com anjos e Santos.
O pecado jamais venceu Maria, jamais lhe tocou, é molde perfeito, imagem e semelhança de Deus, é o molde divino onde quem nele é modelado fica em seguida modelado em Jesus Cristo.

São Luis Maria Grignion de Montfort utilizava um exemplo bem claro para exprimir esse modelamento. O santo apresentava duas formas de obter uma peça de arte. A primeira era trabalhando lentamente sobre um pedaço de madeira ou sobre uma pedra, esculpindo com martelo e cinzel, afim de obter uma peça perfeita, sendo que essa maneira de trabalho levará um longo tempo para concluir o trabalho e que qualquer martelada mal dada poderia destruir a imagem. Uma outra maneira de fazer uma peça dessas é utilizar uma forma pronta. É muito mais rápido e prático fazer peças belíssimas e perfeitas a partir de um molde já pronto e perfeito. O processo não será demorado e haverá segurança, não haverá riscos da peça possuir erros ou imperfeições.

São Luís queria com isso dizer que, devemos chegar a santidade por Maria. Ela é esse molde no qual Deus vai modelando seus santos, de maneira suave, feliz, sem grandes riscos de cansaço e desânimo. Buscar a santidade é algo heroico, mas sozinhos teremos um caminho muito mais árduo e difícil, com provações de desanimo e queda. Com Maria, ainda sim teremos essas provações, mas possuiremos uma mão que fortemente segurará nossa mão puxando-nos novamente para o caminho rumo a Jesus e permanecendo junto conosco até o almejado encontro com nosso adorável Mestre.

No dia 15 de agosto de 1933, na canonização de S. Antida Touret, o Papa Pio XI ensinava: “Também no que diz respeito aos santos, pode-se dizer que Maria está com Deus, enquanto os suscita, os forma e coroa. Só Deus dá a graça necessária para a santidade. Mas se a graça é de Deus contudo é dada por Maria, que é nossa Advogada e Medianeira. Deus dá as graças, Maria as obtém e as distribui”. 

Santidade é confiar em Deus, é aceitar as cruzes que nos são oferecidas, é sofrer por amor, é renunciar a si mesmo para ser mais com Ele, é morrer a cada dia para viver para Ele, é lutar continuamente contra o pecado, é imitar Maria, a Soberana Rainha dos céus e da terra que cumpriu em sua estadia terrena todas as condições possíveis para à santidade.
O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium afirma que, “na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já a perfeição”, enquanto os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade” seguindo os passos de nossa Mãe admirável.

Deus que exaltou Maria no Céu, quis que sua glorificação também fosse realizada na terra. Pondo em suas mãos o cetro da misericórdia e da caridade, todos os favores, graças e todas as misericórdias de Deus chegaram à terra pelas mãos de Nossa Senhora. Através da nossa Mãe Santíssima todos os santos e santas de Deus alcançaram a glória do Céu. 

Seminarista Jovane da Rosa Carmo

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