quinta-feira, 20 de novembro de 2014

33ª Semana do Tempo Comum (Lc 19, 41 – 44)

“Quia si cognovisses et tu, et quidem in hac die tua, quae ad pacem tibi!”
(Se compreendesses hoje o que pode trazer a paz!)

“Quando Jesus se aproxima de Jerusalém e viu a cidade, começou a chora”(v.41). Jerusalém quer dizer: cidade da paz, ou legado da paz. Mas, se Jesus ao avistá-la começa a chorar é devido a falta de alegria e de paz, que provavelmente lhe acorria devido a influência do império romano. A partir desses elementos, Jerusalém, a falta de alegria e paz, e o império romano; podemos nos remeter e nos incluir como cena do próprio Evangelho. Pois, Jerusalém somos nós e nosso coração; a falta de alegria e paz é a falta da intimidade com Deus, que é consequência dos nossos pecados; o Império Romano é o imperativo de nossa própria vontade, que tenta nos dominar, inclinando-nos aos prazeres mundanos.
Diante desta cidade que somos nós, Jesus chora, que é o sinal da compaixão de Deus para conosco, que a todo instante insiste em se inclinar a nós para nos resgatar e salvar. Outro elemento interessante é o que Jesus diz para a cidade: “Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!”(v.42), esse versículo mostra a falta de fé que assola a cidade, e não deixa que ela seja aquilo para qual foi identificada: Cidade da paz. O terceiro elemento está nos dois últimos versículos, em que Jesus prediz uma série de catástrofes, pelo único fato de que ela não soube reconhecer o tempo em que foi visitada pelo Senhor.

I – Quando Jesus chora, ele está expressando toda sua preocupação e amor por aquela cidade. E é assim, que muitas vezes Ele mesmo chora ao olhar para nossa realidade existencial, por não estarmos sendo aquilo que deveríamos ser, cidade da paz, e ao contrário, estamos ainda sob o julgo do pecado, dominados pelo império de nossa própria vontade.  

II – O que nos pode trazer a paz? Jesus responde: “Agora, porém, está escondido aos teus olhos!”(v.42) Está escondido ainda, porque ainda não temos fé suficiente para poder reconhecer aquele que é o único que pode nos trazer a paz, que é o próprio Deus. Só a fé nos assegura uma paz irrepreensível, só a fé nos gera a esperança da salvação. Pois, todas as seguranças do ter e do poder passam em um piscar de olhos, mas, aquele que tem Deus, nada lhe falta, pois Ele é o único necessário, aquele que não passa jamais. Somente reconhecendo Deus como único Senhor de nossa vida que seremos capazes de ser libertos, e chegar a alcançar a graça de ser Cidades da Paz, uma cidade que será reflexo da Cidade Eterna, a Nova Jerusalém. E é o nosso coração que é essa Nova Jerusalém.
 
III – A cidade que não se fortificar com a muralha inabalável da fé, terá como fim as consequências de seus próprios pecados, e é isto que Jesus prediz: “Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados.”(v.43) Uma alma que não se cuida de se fortificar acaba caindo facilmente nas mãos do inimigo, pois, o inimigo não ataca quem ele vê que não o pode vencer, mas, sim aquelas almas vulneráveis, que não se fortalecem espiritualmente. Uma cidade fortificada é uma fortaleza, que é capaz de assegurar a si e aqueles que se refugiam nela. As predições de Jesus mostram que o mal que aflige a cidade (a nós) é consequência da dureza do coração, “porque não reconheceste o tempo em que foste visitada.”(v.44)

Conclusão:

Queridos irmãos e irmãs, o choro de Deus é causado pela perdição dos fieis, que pela falta de fé e confiança em nEle, acabam buscando os prazeres do ter e do poder, abrindo os portões de sua cidade para o império da vontade própria. Precisamos entender que só a Fé nos trás a Paz, uma paz que não é ausência de dor e tribulação, mas, sim, uma Paz concreta que nos faz estar com os olhos voltados para o infinito. A Fé nos dá a certeza do Céu, e faz nascer a felicidade na Jerusalém do nosso coração, para que essa se torne verdadeiramente a Cidade da Paz.

- Aonde está fundada a minha fé?
- Quais são os impérios que ainda me dominam?
- Santidade não se improvisa, por isso devemos ir plantando as muralhas da Fé, para um dia poder habitar na Eterna Cidade da Paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário