segunda-feira, 17 de novembro de 2014

33ª Semana do Tempo Comum (Lc 18, 35 – 43)

“Jesu fili David, miserere mei!”
(Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!)

No Evangelho desta segunda feira da trigésima terceira semana do tempo como, o evangelista Lucas descreve a cena da cura do cedo de Jericó. Quando lemos o texto sagrado, podemos ressaltar alguns pontos essenciais, que nos mostram uma via de conversão para nós mesmos. Assim, podemos ler o Evangelho, não como um relato somente, mas, quando nos propomos a ir mais fundo, no que está por trás das palavras e cenas, nós encontramos certamente as respostas para os nossos questionamentos existenciais.

No texto sagrado encontramos três elementos que remetem a nós mesmos, ao passo que esses são de extrema importância, quando entendemos eles em nossa própria vida. Estes elementos são: a figura do cego, a exclamação do mesmo cego e a interrogação de Jesus.

I – A figura do cego, nada mais é do que nós mesmo, que por muitas vezes nos tornamos cegos diante do próprio Deus, e não o reconhecemos. Se olharmos a cena do evangelho, diz que o cego “ouvindo a multidão passar, perguntou o que estava acontecendo (v.36)”, e aqueles que viam Jesus passar disseram a ele: “Jesus Nazareno está passando (v.37)”. Essa cena inicial já mostra a cada um de nós que, nem sempre conseguiremos identificar a Deus por nossas próprias forças ou sabedoria, e muitas vezes precisaremos de um auxilio para reencontrar a Deus. Esse auxilio pode vir por meio de uma direção espiritual, uma pregação, um conselho ou até mesmo pelo testemunho de vida daquele que estão ao nosso redor. Com isso, vê-se que nosso processo de conversão se dá na vida comunitária, pois, se aquele cego não tivesse aqueles para lhe dizer que era Jesus que ali passava, talvez ele ali ficaria, com sua cegueira, e não alcançaria a cura. Precisamos ser dóceis a graça de Deus que nos alcança pelos Sacramentos, pela Palavra e pelo Próximo.

II – A exclamação do cego: “Jesus filho de Davi, tem compaixão de mim! (v.38)”, é a perfeita contrição, onde o a cegueira que é imagem do pecado é lavada pela fé em Cristo Jesus, e assim, o exemplo de humildade do cego, que mesmo não vendo, se abandonou indo ao encontro daquele que sabia que podia cura-lo. Nós também somos curados quando temos este gesto de humildade, e proclamamos Jesus Cristo como nosso único Senhor e Deus.

III – O terceiro elemento é a interrogação de Jesus, onde Ele pergunta ao cego: “Que queres que eu te faça?(v.41)”. Parasse que Jesus está pregando uma peça no cego, pois ele via o que o cego precisava, assim, como ele também sabe o que precisamos. Mas, a cura só acontece quando nós confessamos com nossos próprios lábios os nossos pecados. O cego sabia qual era o motivo da sua cegueira. Cada um de nós também sabemos quais são os nossos pecados, mas, muitas vezes vamos os criando, e os tornando de estimação. Jesus pergunta a cada um de nós: “Que queres que eu te faça?”, e precisamos dizer aquilo que realmente precisamos.

Conclusão:

Queridos irmãos e irmãs, precisamos entender que o pecado nos cega, nos impede de ver a Deus, e nos torna, superficiais para com o sagrado, nos impedindo de tocar o mistério. Para uma retomada no processo de conversão permanente, é preciso, assim como o cego, confessar e professar a fé na pessoa de Cristo. Deus a todo momento nos pergunta: “Que queres que eu te faça?”, mas precisamos ter coragem para renunciar o homem velho, para ser curados de nossas cegueiras espirituais, pois, “o pior cego é aquele que não quer ver.”

- Quais são minhas cegueiras?
- Meu testemunho gera esperança no coração do meu próximo?
- O grande sinal de que fui curado é se eu comecei a seguir. (cf. v.43)
Seminarista Rafael Augusto

Nenhum comentário:

Postar um comentário