sábado, 4 de abril de 2015

Uma ressurreição do Corpo Místico

A Pascoa de Nosso Senhor Jesus Cristo é a celebração que reflete a plenitude da vida cristã, e assim vai afirmar São Paulo: “Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também a vossa fé (I Cor 15, 13)”. Essa afirmação de São Paulo reflete a esperança na ressurreição, que todos aqueles que creem em Jesus Cristo precisam ter, para participar das suas promessa de vida eterna. A Solenidade da Pascoa é a festa da Ressurreição, e consequentemente podemos dizer que é a festa da Santidade, uma vez que só entrarão no céu, e ressuscitarão para a vida eterna aqueles que foram considerados santos. E ser santo não é algo impossível, pois o termo ‘santo’ quer dizer separado, que designa em nossa vivencia cristã, um separar-se do mundo, um estar no mundo, mas não se deixar corromper pelos prazeres do mundo.

Olhando assim para a liturgia pascal, encontramos um eficaz itinerário catecumenal, que não é só para aqueles que receberão os sacramentos da iniciação cristã, mas, toda a igreja vive e atualiza os mesmos sacramentos. Os três sacramentos de iniciação cristã são como uma “tria via”, que promove naquele que os recebe com fé, devoção e consciência, uma grande obra de conversão. Desta forma, olharemos para os três sacramento de iniciação cristã como uma via purificativa, iluminativa e unitiva, 

I - Via Purificativa
O sacramento que se relaciona com essa via é o sacramento do batismo, onde ao recebe-lo o catecúmeno será purificado de todos os pecados e receberá o sobrenome de Cristão, com a vocação de ser um ‘outro Cristo’. Mas, para aqueles que já receberam o batismo é o momento de renovar a promessa batismal, renovar o ‘sim’, e atualiza-lo, pois o Senhor ressuscitado não cansa de chamar: ‘vem e segue-me’. Quando nós nos propomos a seguir a vida de Cristo, e buscamos a santidade, consequente promovemos uma obra de purificação e conversão em nossa própria vida.

II - Via Iluminativa
A via iluminativa é relacionada com sacramento da crisma, uma vez que esse é o sacramento da maturidade, o sacramento a vida pública. Esse sacramento concede a quem o recebe os dons do Espírito Santo, e por esses dons o indivíduo é iluminado pelos dons de inteligência, ciência e sabedoria; proporcionando ao homem conhecer melhor a Deus e cada vez mais ama-lo. A iluminação da alma vai acontecendo gradativamente de acordo com o avanço do indivíduo na vida espiritual, pois, quanto mais dócil for às moções do Espírito, mais Ele instruirá e fará a alma participar dos mistérios divinos. 

III - Via Unitiva
O sacramento que expressa a via unitiva é a Eucaristia, o sacramento do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao comungarmos o próprio Deus unisse a nós, transformando-nos nEle mesmo. Com isso, entende-se que a Eucaristia é o cume da vivência cristã, e todas as outras duas vias preparam a alma para unir-se ao Amado Deus pela Eucaristia. Pois, é pala Eucaristia que o fiel é cada vez mais configurado com o Divino Mestre.

Conclusão
Portanto, vê-se que a Solenidade da Pascoa nos chama cada vez mais a uma vivência plena da vocação cristã a que somos chamados, a vocação à santidade. Nesse itinerário que propomos, podemos ressaltar a importância dos sacramentos para uma vida plena cristã, uma vida que expresse a Cristo nos atos, nas palavras e pensamentos. Pois, quanto mais participamos e afirmamos a nossa convicção sobre aqueles sacramentos já recebidos, mais ainda o fiel passa a viver uma vida eterna já começada aqui na terra, uma vida trinitária, que é manifestada na recriação do novo Adão em nós, na salvação de nossa identidade de filhos de Deus dada por Cristo, que nos faz filhos participando de sua filiação divina, e na santificação promovida pelo Espírito Santo em nosso corpo e alma. 

Assim, pelo batismo nos tornamos filhos do Pai; na crisma recebemos o auxílio do Espírito Santo, e passamos a viver uma Vida no Espírito, inspirada e movida por Ele; na Eucaristia nos unimos mais perfeitamente ao Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, e nos transformamos n'Ele. 

Seminarista Rafael Augusto

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