quarta-feira, 8 de abril de 2015

A Vocação Sacerdotal


A inquietude do coração do homem é intrigante e o faz querer muitas coisas e experimentar muitas coisas, pois o homem é este ser que quer ser feliz; que quer se realizar plenamente e assim, encontrar um sentido para sua vida e uma finalidade para sua existência.

O homem traz dentro de si um desejo de grandeza e eternidade, ainda que não saiba disso. Não consegue se contentar com uma realidade meramente materialista, calcada apenas na satisfação própria, e quando direciona sua vida pelas via do egoísmo e do individualismo, torna-se vazio e infeliz, ainda que tenha conquistado muitas coisas.

Quando entende que a vida deve ser partilhada e que a generosidade é um norte que pode levá-lo à plenitude, começa a compreender o valor de sua existência e que ter grandeza de alma é uma virtude que pode mudar o mundo e torná-lo mais feliz para todos.

A vocação de Deus na vida de um homem é uma maneira bem específica dele alcançar a felicidade fazendo de sua vida um dom para todas as pessoas. A vocação é um convite para vender tudo, dar os pobres e seguir a Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

Que faz um jovem abrir mão de tantas possibilidades de sucesso na vida, de ganhar dinheiro, fama e estatus e seguir a Cristo, de se dedicar aos pobres e a causa das pessoas desorientadas ou infelizes? A essa pergunta só cabe uma resposta: o Amor. É ele esta força transformadora que brota a partir da experiência pessoal de encontro com Deus e que quer transbordar em bondade, pureza e vontade doar a vida para que outros encontrem um sentido e sejam felizes.

É o amor, enquanto dom de si, que preenche verdadeiramente o coração do jovem chamado por Deus, a fim, de conduzi-lo pelas sendas da entrega e renuncia de si mesmo, fazendo de sua vida uma doação generosa e feliz; uma vida rica de sentido e de beleza; que não para em si mesmo, nas suas limitações ou fraquezas, mas entende que Aquele que chama é capaz de capacitá-lo e fazê-lo responder ao chamado.

"A aceitação rendida da Vontade de Deus traz necessariamente a alegria e a paz; a felicidade na cruz. Então se vê que o jugo de Cristo é suave e que seu fardo não é pesado". (São José Maria Escrivá).

Descobrir a vocação e respondê-la é querer fazer a vontade de Deus, e fazer a vontade de Deus é caminhar para a felicidade, uma felicidade que não se dá no egoísmo e na recusa do outro, mas na entrega de si e na aceitação do outro, e no desejo de fecundar a Terra do amor de Deus que transforma os corações.

Descobrir a vocação é ter uma vida configurada a Cristo, trazer dentro de si seus mesmos anseios, sua alegria, seus pensamentos, gestos e palavras. É cultivar o desejo de comunhão, de unidade e de fraternidade com os homens. É um agir na Pessoa de Cristo, buscar a santidade e ser exemplo de vida piedosa e de intimidade com Deus. 

Responder ao chamado de Deus é fazer da vida doação, é encontrar um sentido e uma razão de existir, é saciar dentro de nós o anseio de vida plena e eternidade. É ser feliz a medida que o outro também se torne feliz; é querer fazer com que o Reino dos Céus se propague e chegue a todas as pessoas para que sejam salvas da condenação do pecado e libertas da tristeza de seus corações feridos.

Seminarista Antonio Araujo

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