sábado, 28 de março de 2015

Nossa Senhora das Dores

A Mãe que procura o Filho
 

Os primeiros cristãos, certamente, terão dado a Maria as condolências pelos sofrimentos que Jesus padeceu. Sua morte causou males de tamanha proporção que levou a Virgem Maria a sofrer de maneira que poderíamos dizer que Ela subiu na cruz com Ele. Não conseguirei escrever nada que transmita o que foi a dor dessa Santa Mulher, mas quero focar nesse texto o momento em que Maria sabe da notícia da prisão de seu Filho e de sua busca pelo seu rebento.

Mas vos pergunto! Ela procura seu filho, mas onde Ele está? É triste a notícia, mas Ele está preso! Ensanguentado, maltratado, sua Mãe o procura: Onde estará meu pequenino?

Maria sofre novamente a perda de Seu filho. E novamente o procura. Como pode? Maria foi Aquela que o acompanhou em toda sua vida. No nascimento em Belém, o tomava nos seus braços, o acariciava, amamentava, lhe dava carinho e amor.  Nos dias de Frio, procurava agasalha-lo para que não se resfriasse, ela vigiava o tempo todo para mantê-lo em segurança.

Chegada a manhã começaram a vir os discípulos de Jesus até esta aflita mãe. Um lhe comunicava os maus-tratos que seu Filho estava a sofrer na Casa de Caifás, outro dos desprezos de Herodes, outros da Flagelação, da Coroação de Espinhos, dos gritos que a multidão perversa entoavam contra seu Filho: Soltem Barrabás, destruam o tal Jesus. A cada informação as dores da Mãe multiplicavam-se. Veio finalmente o discípulo amado, São João e lhe disse: “Oh Mãe dolorosa! Teu filho já foi condenado à morte, já tomou a cruz aos ombros e já parte rumo ao Calvário. Vem comigo, se queres ver e dar-lhe o último adeus, em alguma viela, por onde tenha de passar, vamos Mãe, teu Filho, meu Senhor, em breve não fará parte desse mundo”. A Virgem das Dores, não pensa duas vezes, busca seu filho, quer encontrá-lo.

Um suor frio lhe cobria o corpo, causado pelo vivo terror que assaltava à ideia do próximo e doloroso momento, o fruto de seu ventre, lançado a pior das humilhações. Pelo caminho ela busca seu Filho. No chão borrifadas de sangue mostravam que por alí havia passado seu rebento. E a voz da Mãe continua ressoando a frase: “Onde está meu Filho: Carne de minha carne, sangue de meu sangue”.

Eu convido a todos, para contemplarmos este versículo do Cântico dos Cânticos, com um belo gesto. “Onde anda o teu amado, ó mais bela das mulheres? Aonde foi o teu amado? Iremos buscá-lo contigo”. (Ct 6, 1)

Vamos procurar Jesus junto com Ela. Quantas vezes nós o perdemos, na indiferença do pecado, na inveja, no orgulho, no nosso achismo, na ira, na injustiça, na ganância, no desprezo, na falta de amor, na prepotência?

Onde Ele está? Está em nossa vida ou o perdemos? Vamos caminhar com ela, que é Rainha dos mártires.

Ela continua a busca-lo. Maria procura seu filho, pois subirá na cruz com Ele. Morrerá com ele. Ó mãe ajuda-nos a encontrá-lo, sabemos que é Ele quem nos procura.

Ouve-se a gritaria, os ruídos, os chicotes: Ele se aproxima, Ela o encontrará!

Ó Mãe ensina-nos a buscar teu filho em cada momento e que possamos valorizar cada gota de sangue, derramada nos flagelos e na cruz, gotas de sangue derramadas por nós!

Seminarista Jovane do Carmo

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