quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Se é possível, na vida cotidiana, encontrar Deus e com Ele permanecer a todo instante?

Na vida ordinária, podemos, por meio da graça, nos encontrar e permanecermos com Cristo. Basta transformar momentos ordinários em extraordinários, ou seja, é o ramo que permanece na videira verdadeira, que é o próprio Senhor Jesus Cristo.


Você pode estar se perguntando: por que tudo isso e para que serve essa vida unida a Jesus? Há cristãos que sofrem de um mal, a duplicidade de vida, vivem duas vidas, possuem dois corações. Ora, amam as coisas do céu e ora, as da terra. Em um determinado momento, vivem na Igreja como pessoas engajadas e cheias de tarefas ou até mesmo com o fiel compromisso de ir à missa dominical. Mas, ao deixar o ambiente religioso, vive quase que outra personalidade: vive como se não fosse cristão, e sim pagão; deixa de amar a Deus e ao próximo, deixa de observar os mandamentos e viver as virtudes; comungam o Senhor Jesus Cristo no Domingo, mas na Segunda vivem como se não fossem cristãos, sem se lembrar de Deus.

A problemática não é uma novidade. Na época de Jesus, em Nazaré, esses se chamavam fariseus. Porém, a dificuldade aumenta no século XXI, pois, no tempo pós-moderno, o homem possui inúmeras necessidades e obrigações a serem exercidas. Muitas vezes, trabalha-se e estuda-se e ainda tem a vida privada, que engloba a vida familiar e suas diversas relações. Contudo, nessa realidade onde tempo é dinheiro, deixa-se para depois a vida religiosa. Não se tem tempo para Deus.

A sede de Felicidade é tamanha, que homem afoito bebe de águas que não o saciam, a saber: o materialismo, o hedonismo, o consumismo, o individualismo, no fim de tudo, até para se relacionar não necessita mais permanecer com o outro, basta um relacionamento fundado no descompromisso.  Coleguismo, amizades e namoro, aos poucos, tornam-se superficiais. Com isso, o modo com que o homem se relaciona muda também com Deus, tornando-se superficial, descartável, usual, utilitarista e sempre buscando o deus das consolações e dos milagres.

É evidente a necessidade de mudança. Para ser santo, é necessário permanecer com Cristo, como em João 15, 1-8. Jesus é a videira verdadeira e somente nele o homem pode ser feliz ou pode realizar-se. Ser sempre de Deus, buscá-lo sempre, não é uma possibilidade, é uma necessidade. Da mesma forma, exorta o Salmo 1, dizendo: “Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo que empreende prospera.”

O ramo que permanece na videira não seca. A árvore que é plantada à margem do rio, mesmo na seca dará fruto, e com abundância. Deve-se considerar a necessidade do homem em permanecer junto de Deus, seu Criador, pois é o Senhor que nos mantém. Ou seja, em tudo que o homem fizer, possa ele estar com Deus. E cumprir um mandato de São Paulo em I Timóteo 5, 17: “Orai sem cessar.” Nesse caso, é errado pensar que a vida se resumiria em rezar, como alguns pensam que a santidade está em deixar de trabalhar, de estudar ou até mesmo de possuir um convívio familiar, para só estar na Igreja, como a conhecida expressão “barata de sacristia”. De fato não é isso. Porém, a vida do homem, seja no ambiente religioso ou em qualquer outro, resume-se em buscar a Deus, em desejar estar com Ele, fazendo o que for preciso. Pode o homem oferecer em sacrifício de amor para Deus, ou até mesmo no fazer algo, trabalho ou estudo, fazer acreditando que o próprio Jesus precisará do seu trabalho ou do seu estudo. “Se faço, faço para Cristo”. É esse o pensamento que tem que estar em cada cristão. Assim, todos os homens serão santos e farão tudo buscando o seu Deus, fazendo cada vez melhor o que deve ser feito. 

O homem, se fizer algo para si, pode estar satisfazendo seus próprios gostos, seu orgulho e sua vaidade. Se faz visando só a outro, pode querer fazer para aparecer, para que outros o admirem ou precisem do mesmo. Contudo, se o homem faz tudo para Deus, se santificará e dará testemunho da ressurreição de Cristo. O homem fará, não para si mesmo e nem para o agrado do outro, mas sempre para Deus, para o louvor e adoração Dele.

Assim, o homem amará primeiramente a Deus, santificar-se-á em vida, por meio desse caminho de perfeição. “Orai sem cessar”, permanecerá sempre no Senhor a cada momento e a cada instante de sua vida, rumo à Vida Eterna.

Seminarista Leonardo Ferreira

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