quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A Cultura do Fracasso


Boa parte da sociedade contemporânea vêm educando os seus filhos sob o signo de uma cultura infeliz e perigosa que influencia, nitidamente, a adolescência e a juventude atuais. Essa cultura está impregnada de uma mentalidade meramente prática, que visa apenas ao prazer instantâneo, o que pode levar a uma espécie de fracasso do homem moderno. Isso ameaça o futuro de muitos povos, pois sem a dimensão do sacrifício, de fato, e sem a formação de um caráter firme, forjado após muitas superações das lutas cotidianas, o homem dificilmente conseguirá alcançar nobres metas.

A rejeição do sacrifício, a fuga da dor e do sofrimento naturais à vida humana, a falta de autodomínio, tende a gerar pessoas frágeis, sentimentalistas e sem vigor de espírito, ou seja, pode levar à formação de homens incapazes de escolhas definitivas e, assim, descompromissados com as mais diversas realidades da sua existência, sem verdadeiros ideais. Uma mentalidade meramente hedonista está destinada ao fracasso, tal como nos ensina a História. Portanto, se o homem perde-se em uma busca desenfreada pelo prazer momentâneo, em nome da sua tão defendida liberdade, na verdade, nunca alcançará a felicidade, pois a mesma é empreitada de uma vida inteira.   

Essa mentalidade anestésica, que visa a máxima anulação dos sofrimentos, tende a invadir inclusive a vida cristã, o que se observa, às vezes, em pregações em pouca sintonia com o Evangelho de Cristo. Há uma tentativa de apresentar um Cristianismo sem dogmas e implicações morais, ou seja, cria-se uma religião impregnada de subjetivismo pessoal. Esse parece ser o único dogma admitido.  

A cultura do fracasso é, na verdade, essa cultura do prazer como fim de todas as coisas, que exclui a possibilidade da doação de si, da relação, seja com Deus ou com os irmãos, pois o que realmente importa é o prazer pessoal, e isso não é a felicidade. Se o homem moderno aceita acriticamente essa mentalidade débil, fragmentada, dificilmente se formará bem como pessoa. O homem moderno parece ter se tornado incapaz de ser feliz, pois, ao desejar somente o que é espontâneo e imediato deixa de considerar sua vida como um todo e duvida de alcançar a sua plenitude. O sofrimento não é, sem dúvidas, um fim da vida humana, mas algo que deve ser enfrentado para que haja verdadeiro crescimento.

Seminarista Matheus Muniz

Um comentário:

  1. Bom texto! Esse sentimentalismo se manifesta também em uma sensibilidade exagerada: a pessoa só quer fazer aquilo que a faz se sentir bem; como se a vida se reduzisse a isso.

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