quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

3ª Semana do Advento - Mt 1, 1 – 17

“Liber generationis Iesu Christi filii David.”
(Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi.)

Neste presente evangelho da genealogia de Jesus há uma grande quantidade de elementos que podem nos ajudar em nossa meditação. Quando o evangelista propôs colocar esta genealogia no inicio do evangelho, ele quis mostrar que há uma ordem e uma ligação entre todos estes nomes. Estes nomes expressão a história da salvação, a pedagogia divina. Expressão o cuidado e o amor de Deus que prepara o seu povo para a vida plena de intimidade com Deus.

A genealogia é dividida em três períodos que também é a imagem do nosso próprio processo de conversão. O primeiro período vai de Abraão até Davi; o segundo período vai de Davi até Jeconias que designa o período do fim do exílio da Babilônia; e o terceiro é o período vai de Jeconias, no pós exílio da Babilônia até o próprio Jesus. Cada período desses trás em si grandes elementos pedagógicos em que Deus, em sua infinita bondade, promove um processo pedagógico sobre o seu povo, para que na vinda do Filho de Deus o povo estivesse preparado para uma melhor vivência do Reino de Deus.

I – Na primeira etapa, de Abraão até Davi, corresponde ao momento em que o homem que busca o sentido de sua vida. Nesta busca de sentido, Deus vem ao encontro do homem, assim como fez com Abraão, e o chamou para selar com ele uma aliança de vida, e lhe prometeu uma descendência. Da mesma forma, no inicio da nossa caminhada, Deus vem ao nosso encontro e nos chama a uma conversão, a uma aliança de vida, e nós nos convertemos no nosso antigo caminho, para seguir o chamado de Deus. Neste período nos é plantado no mais profundo de nosso coração a semente da Fé. Um Deus que chama e o homem que responde. Neste período de nossa conversão acontece um processo de purificação dos velhos costumes, para a partir de agora ser cultivado a semente da Fé que trás nela a verdade, a beleza e a bondade.

II – Na segunda etapa de nosso processo de conversão acontece uma processo de iluminação, e grande exemplo disso nós temos a figura de Salomão (v.6), que podendo pedir tudo a Deus, pediu somente Sabedoria para poder fazer bem a vontade de Deus. Neste período de nosso processo de conversão, assim como aconteceu com os antigos, Deus vai promovendo em nosso interior uma conversão intelectual, uma purificação da razão, fazendo com que possamos chegar, fundados pela fé, ao bom discernimentos das coisas do mundo e da vontade de Deus para nossas vidas. É neste estagio que nós aprendemos a dar razão a nossa fé, e é neste momentos que é fortificada a nossa Esperança. Se formos ao texto antigo, veremos que este período se encerra ainda nos momentos finais do exílio da Babilônia, e isto que dizer que Deus trás uma esperança para aqueles que ainda estão cativos pelo pecado, e esta iluminação que Deus promove no povo é o sinal de que precisamos também ser iluminados para que possamos reconhecer nossos pecados e limitações para podermos trabalha-los.

III – O terceiro período é bem interessante, pois, ele vai do pós-exílio até a pessoa de Jesus Cristo, e isso figura que este momento é a expressão da via de união divina, em que já purificados e iluminados pela fé, já também nascendo a esperança de uma vida nova e eterna, possamos assim expressar a caridade, que será o fundamento da pregação de Jesus Cristo. Se conferirmos o texto antigo, veremos que na criação Deus quer selar com o homem uma relação de Amor, uma Aliança de Caridade, e com o pecado o homem transgride essa aliança, mas, Deus em toda a história tenta reestabelecer essa aliança com o homem, até mandar o seu Filho para nos ensinar a viver no Amor e praticar a Caridade. 

Conclusão:

Queridos irmãos e irmãs, vimos no evangelho que meditamos a “genealogia” interior de nossa conversão, podemos entender o processo pedagógico de Deus para com o seu povo, que é a imagem do nosso próprio processo de conversão. Precisamos buscar essa purificação do primeiro momento, para ao aderir a fé, poder ser iluminado, e sendo iluminado das verdades da fé possamos viver na esperança, para que essa nos mova  a uma vida de união com Deus. Por isso, Jesus Cristo está como o ultimo nome (v.16), para que possamos entender que é Ele quem nos ensina a verdadeira Caridade, para vivermos em unidade com Deus e com o próximo. Portanto, em nosso processo de conversão precisamos passar por estes três processos, para também alcançar a união divina, pois, essa é a nossa vocação, a santidade.

- Estou buscando purificar-me de meus pecados e converter-me a uma nova vida?
- Estou procurando a iluminação da minha consciência para reconhecer meus pecados?
- Nosso coração é a terra prometida, nosso corpo é o templo do Senhor, e só reconhecendo estas coisas que seremos capazes de encontrar no espelho a Imagem e Semelhança de Cristo Jesus.

Seminarista Rafael Augusto

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