quarta-feira, 6 de maio de 2015

Lectio Divina

2º Passo: Meditatio

O segundo passo é a meditação sobre o ponto que chamou a atenção na leitura, ao passo que agora, sobre um pequeno fragmento ou uma ideia central, faremos uma meditação. Na meditação procura-se perceber o que Deus quer falar ao nosso coração por meio daquele ponto em que nos chamou a atenção.

Para uma melhor escuta da voz de Deus, é preciso que o ambiente também seja propício, longe de distrações exteriores e interiores, e para isso, é necessário que se esteja em um ambiente sem muita agitação, sem muito barulho, e sem pressa para cumprir outros afazeres. Por isso, é de extrema importância a preparação anterior, e reservar um momento, que seja o mínimo possível, mas, que seja esse tempo dedicado completamente a Deus, de forma que o nosso coração e nossa mente esteja onde nossos pés estão, no tempo presente.

Para entender melhor o papel da meditação, podemos comparar com um exemplo bem simples: ao estar nadando em um mar profundo, quando vamos avistando a areia da praia, ao chegar próximo temos um instinto de segurança que nos faz procurar o fundo, para que possamos ficar de pés, todos os homens possuem esse instinto natural. 

A meditação promove a mesma coisa em nosso interior, na lectio nós avistamos a terra (ponto fixo que nos chamou a atenção), para agora na meditação chegarmos a parte mais firme, colocarmos os pés no chão. Essa segurança é o próprio Deus, que nos fala: “Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt 14, 27) Nesse momento é o próprio Deus que nos fala e nos inspira, e nos mostra aquilo que precisamos mudar e no que precisamos perseverar.

Na meditação, nasce na alma a verdadeira humildade, que é a via para uma maior intimidade com o próprio Deus. E essa humildade só dá frutos quando reconhecemos os seus graus: 1º) a verdade de Deus, reconhecendo-o como Pai e como aquele que nos criou a sua imagem e semelhança para sermos santos como Ele é; 2º) a verdade de si próprio, reconhecendo nossas misérias e virtudes para cada vez mais evoluir no caminha de perfeição e conversão proposto pela próprio Deus; 3º) a verdade do nosso próximo, que nos fará olhar para o outro também como um filho de Deus, agindo mais com misericórdia do que com justiça, reconhecendo que o outro é pecador tanto quanto nós mesmos. 

Diác. Rafael Augusto

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