A moralidade dos atos do homem

Somos criados livres para amar ou para rejeitar a Deus, se essa for a nossa vontade. Gostaria agora de meditar com você, caro leitor, sobre a moralidade dos atos do homem, até que ponto agimos bem ou mal.


A liberdade que o homem possui o torna um sujeito moral. Ao exercer a sua liberdade, o homem torna-se responsável por suas escolhas. Assim, entramos em um ponto fundamental de nossa argumentação: somente quando há uma ação livre, com base no juízo da consciência do agente, é que podemos considerar a moralidade do ato humano. Com efeito, esses atos podem ser bons ou maus, porém, nunca indiferentes.

A moralidade dos atos do homem depende de três importantes aspectos, a saber:

• Do objeto escolhido: É a matéria de um ato, podendo ser um bem ou aparência deste. O objeto escolhido dá o caráter moral do querer, segundo a consciência do mesmo, assim, para avaliarmos o ato precisamos analisar o objeto escolhido.

• Da intenção: Aqui a análise volta-se para o agente da ação, avaliando a intenção que o indivíduo possui ao realizar a ação. Vale ressaltar que mesmo uma boa intenção não torna bom qualquer ato, ou seja, a boa intenção não torna um ato, intrinsicamente mau, em bom. Entretanto, uma intenção má torna mau um ato intrinsicamente bom, afinal, “o fim não justifica os meios”.

• Das circunstâncias:  Elas podem atenuar ou agravar a responsabilidade de um ato. São elementos secundários de um ato moral, mas que servem de análise do objeto escolhido e a intenção da ação. É secundária, porém, importante.

Visto os aspectos que tornam um ato moral, chegamos à conclusão que quando os objetos escolhidos, a intenção e as circunstâncias em que o ato é realizado, são boas, podemos considerar um ato moralmente bom.

O catecismo traz-nos a seguinte afirmação, “Existem comportamentos concretos cuja escolha é sempre errônea, porque escolhê-los significa uma desordem da vontade de, isto é, um mal moral. Não é permitido fazer o mal para que daí resulte um bem.” Aqui vemos, que não se justifica fazer um mal em prol de um bem, porém, nos próximos artigos, aprofundaremos mais sobre a moral.

Encerro com uma citação de Ratzinger, “A teologia moral cristã nunca é simplesmente ética da lei, mas supera também o âmbito de uma ética das virtudes:  ela é ética dialógica, porque o agir moral do homem desenvolve-se a partir do encontro com Deus, portanto nunca é apenas um agir próprio, autárquico e autônomo, mera prestação humana, mas resposta ao dom do amor e, assim, como que um estar inseridos na dinâmica do amor do próprio Deus o único que liberta verdadeiramente o homem e o eleva à sua verdadeira estatura.[1]”. A moral, o nosso agir, deve ser orientado para Deus, cuja vemos a fonte inexorável do amor. Para quem a Virgem Maria foi a principal cumpridora do querer de Deus, pois seus atos estavam ligados intimamente Àquele que um dia ela deu o seu “fiat”. Que a exemplo da toda pura, orientemos nosso agir sempre ao Senhor.

Sem. Eduardo Pinheiro