Queridos leitores, vou me atrever a fazer uma introdução ao livro “A Preguiça” de Francisco Faus. Alguns trechos foram editados e resumidos exatamente para não me prolongar, não realizar mera cópia e atingir a finalidade de conduzi-los à obra principal.
Suponhamos que estamos em um congresso, e o orador apresente o tema do dia: Preguiça!! Costumeiramente pode-se notar alguns sorrisos vindos da plateia. Já parou para pensar o porquê desta reação quando estamos diante desse assunto? Talvez você também tenha externado um sorriso ao ver a foto do acima. E isso é uma peculiaridade do trato do homem com a preguiça. Por que será então que, só ela, dentre tantos possíveis deslizes que temos no dia, nos faz sorrir?

Entretanto, podemos perceber alguns ramos mais profundos da preguiça, como numa raiz que cresce arrebentando as calçadas e tudo que acima delas foi erguido: vidas amarradas na mediocridade, por não terem se esforçado no momento oportuno, instabilidade financeira devido a irresponsabilidade na administração dos bens, amarguras causadas por filhos cuja educação os pais descuidaram... Nada disso é engraçado.
Aqui já podemos entender que há duas formas possíveis de situar-nos perante a indagação proposta: podemos encarar a vida “como uma missão – grande, bela e árdua – que Deus propõe a cada um de seus filhos, e pela qual vale a pena gastar as melhores energias ou - pode-se encará-la com a mentalidade de um aproveitador. Para este, o que importa é passar bem, usufruir os prazeres da vida, fazer o imprescindível e não complicar-se. Assemelha-se a um mata-borrão que, quanto mais absorve - quanto mais a sua alma se embebe de egoísmo - mais se estraga."
Pois bem, é isto, precisamente, o que nos pode ajudar a entender o que significa a preguiça e porque, muitas vezes, vergonhosamente, nos relacionamentos com este vício como num trato com um animal de estimação: alimentamos, dedicamos tempo, não reprimimos, afinal é “tão fofinho”! Estamos tão íntimos das facilidades e comodismos, como grandes parceiros: uma desculpinha aqui, uma preguicinha ali, um tapa nas costas... O tempo passa e aquele animal já está um tanto quanto selvagem, indomável e agressivo. E não percebemos que nós é quem estávamos presos, amarrados, escravos da preguiça. A este animal – eu e tu – seu destino é ser sacrificado.
Enfim, por hora, não podemos esquecer uma das mais límpidas e preciosas lições que Cristo nos deixou: Quem quiser guardar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de Mim, a encontrará (Mt 16, 25).
A vida exige sacrifícios constantes. Se for para ser sacrificado, que seja para atingir a altura espiritual e moral própria de um filho de Deus, de um cristão. “A luta em si não rebaixa ninguém, mas sim a covardia e a queda” (Santa Faustina). Afinal, “nada atrai mais as almas do que o exemplo de uma vida constantemente virtuosa. Um justo, um homem cumpridor do seu dever, é uma pregação contínua, um estimulante para o coração bem formado, um remorso para o negligente, uma censura para o pecador” (JOSEPH SCHRIJVERS).
Matheus Quintão
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