quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Uma visão geral sobre o Ano Litúrgico...


O Ano litúrgico diz respeito a uma verdadeira escola de santidade em um período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram os mistérios de Cristo como um memorial. A história da Salvação é o que a Igreja celebra no ano litúrgico. Não se tratam de celebrações de aniversário, ou de mera repetição de alguns momentos históricos da vida de Cristo, mas a celebração da sua presença, a atualização da salvação. Esta graça que o sacerdote, por meio de Jesus Cristo, nos comunica no Espírito Santo. 

A Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II sublinha o ano litúrgico com as seguintes palavras: “A santa mãe Igreja considera seu dever celebrar, em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo” (Sacrosanctum Concilium, 102). O ano litúrgico é sempre o lugar da presença do Senhor da história na nossa própria história, dia-a-dia, em cada acontecimento. Trata-se de uma oportunidade impar de encontro com o Senhor, oportunidade de conversão, de mudarmos de mentalidade e assemelharmos mais a Jesus Cristos nos pensamentos, nos sentimentos, nas atitudes, para que a vida de Cristo seja, de fato, a nossa vida.

A Igreja sempre celebrou os mistérios de Cristo e com o passar dos séculos uniu à liturgia o mistério de Cristo na vida da Virgem Maria, de tantos mártires e santos, homens e mulheres com exemplos heroicos de amor a Deus. Sabendo que “o céu é a meta do nosso caminho terreno. Jesus Cristo precedeu-nos e ali, na companhia da Virgem Maria e de São José (...) dos Anjos e dos Santos que aguardam a nossa chegada” (cf. São Josemaria Escrivá, “Amigos de Deus”, 220), celebramos durante o ano dentro do eixo do Natal e da Páscoa, toda a obra de redenção do homem, no ritmo diário, semanal (o domingo, dia do Senhor) e anual (o ano litúrgico). O ano litúrgico passa ainda por três ciclos: A, B e C, cada ciclo com leituras diferentes, para que no fim desses ciclos, ou seja, três anos termos lido basicamente os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, já que o Evangelho de João é lido no tempo do Natal e da Páscoa. Durante a semana, o ciclo de leituras é dividido em dois: ano par e ano ímpar, com leituras respectivas.

Quanto aos tempos litúrgicos, inicia-se o ano no tempo do advento em que contemplamos a espera da vinda de Cristo na sua Encarnação e no fim dos tempos. No natal, o nascimento do Salvador, o menino-Deus. No tempo comum, os mistérios de sua vida pública. Na Quaresma, o tempo vivido no deserto, um tempo de penitencia vivido com jejum, oração e esmola. No tempo pascal, o mistério da paixão, morte, ressurreição, ascensão de Jesus Cristo, e ainda pentecostes, a descida do Espírito Santo cinquenta dias após a Páscoa, sobre os apóstolos e a Virgem Maria. Temos ainda as solenidades, as festas, as memórias obrigatórias dos santos e a comemoração dos fieis defuntos (finados).

Temos um grande presente, o ano litúrgico, escola onde aprendemos a caminhar com Deus em todas as circunstâncias. O céu é a meta desse caminho, por isso, aproximemo-nos de Jesus e deixemos que a nossa vida se assemelhe à vida de Cristo e converta-se, pela ação do Espírito Santo, num culto agradável ao Pai (cf. Rm XII, 1-2).

Nenhum comentário:

Postar um comentário