terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Criticismo

Parte II
Do Criticismo ao Amor
Como vimos, anteriormente, o Amor é o que deve predominar nas críticas, pois o modelo de perfeição que mede todas as coisas é o próprio Senhor Jesus Cristo. Assim, podemos afirmar, claramente, que a medida do julgamento de Deus é o amor e a misericórdia. Tal afirmativa pode ser ratificada por passagens como: “[...] Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados (Lc. 6, 37). [...] Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos ofenderam (Mat. 6, 12) [...]”; e também em trechos das parábolas do Filho pródigo (Lc 15, 11-32) – que ressalta a figura do Pai que perdoa o filho –, e ainda, na passagem da Mulher adúltera (João 8, 1-11).

E Jesus disse: “[...] Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei [...] (João 15, 12)”. Com o cumprimento desse mandato de Cristo aos homens, a humanidade deve conceber o perdão, porque antes conheceu o amor que vem de Deus; e esse amor é a raiz da piedade, da misericórdia e da compaixão. Dessa maneira, vivendo o amor não existe espaço para o criticismo, e nem para o julgamento injusto, pois o julgar só compete a Deus, que é amor e que ama. Mas Deus só julga porque nos conhece e sabe quem realmente somos. Seu conhecimento sobre nós é tão grande, que Ele sabe de nossas fraquezas e sabe que somos necessitados de sua graça, logo, Deus nos conhece mais e melhor do que nós mesmos nos conhecemos.

Jesus nos mostra como Deus julga e perdoa, para que possamos imitá-Lo em nossas atitudes no cotidiano. Na passagem do Filho Pródigo, por exemplo, o perdão do Pai para com o filho é dado, pois mesmo tendo sido ofendido por seu filho, o pai o aguarda com anseio, saudade e amor.
Já a pecadora caída, pega em adultério, foi tratada sem misericórdia e sem piedade pelos homens, mas foi amada por Deus de uma maneira que ela nunca foi amada: “[...] Se ninguém te condenou eu não te condeno, ide e não voltes a pecar [...]”.

A partir das palavras de Cristo, é possível perceber que o amor de Deus traz em si uma novidade: o não acusar as culpas, o esquecer as dívidas e viver o novo, isto é, a nova vida. É, portanto, dessa forma, que os cristãos devem viver. Viver na esperança de que o erro do outro pode ser vencido e de que o pecado do outro pode se converter em graça e em santidade; acreditando que o outro pode verdadeiramente mudar. Pois é assim que Cristo nos olha, acreditando que podemos mudar e ser melhores. 

A partir desses ensinamentos, é dever nosso dar o perdão, pois se Deus nos perdoa dessa forma, é assim que devemos perdoar aqueles que nos ofendem. Se Deus quis sofrer numa cruz, ser humilhado, ferido e morto, por nós homens para gerar a nossa salvação; temos que perdoar aqueles que nos ofendem, humilham, criticam sem caridade, chateiam, inventam mentiras, isto é, aqueles que não nos amam. Pois foi isso o que Cristo fez, e é isso que os cristãos fazem: simplesmente amam. Assim sendo, vale ressaltar que o criticismo destrói e gera a morte, mas o amor constrói e gera a vida. Vida Nova.

Seminarista Leonardo Ferreira

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