“Domine, non sum dignus ut intres sub tectum meum.”
(Senhor, eu não sou digno de que entres em minha morada.)
(Senhor, eu não sou digno de que entres em minha morada.)
A cena do evangelho mostra um homem que movido pela fé vai ao encontro de Jesus para pedir a cura de seu criado, e essa imagem refere-se constantemente a nós mesmos. Pois, todos nós somos necessitados de alguma cura. E acabamos sendo a imagem do centurião e do criado ao mesmo tempo. Mas, nesta reflexão procuraremos entender que relação esses dois possuem em nossa própria vida, uma vez que juntamente às figuras do centurião e do criado estão elementos totalmente relacionáveis da vida interior.
Para a nossa reflexão, elencaremos três elementos que nos direcionarão a uma melhor visada sobre a nossa própria vida, para assim poder trilhar uma via de santidade e conversão. O primeiro elemento é a figura do centurião, o segundo é a figura do criado, e o terceiro ponto de reflexão será a fé.
I – A figura do centurião nos remete à faculdade da alma da vontade, que em nós, é a responsável em nos mover para nossos anseios. Com isso, em nós habita um centurião, ou pelo menos deveria habitar, uma vez que o centurião é uma espécie de guardião; a nossa vontade precisa também desse centurião para que a guarde de praticar as más obras.
II – O criado também está em intima relação conosco, pois, nós muitas vezes estamos, ou nos submetemos, a uma escravidão por parte do pecado, onde nós mesmos não conseguimos identificar o certo e verdadeiro, caindo muitas vezes nas armadilhas do inimigo. O criado é a imagem de nossa razão, que muitas vezes se apega preconceitos e ideologias, além de uma má formação da consciência, que impede de fazermos um livre e puro discernimento sobre as coisas.
III – O terceiro ponto de reflexão é a Fé, que move o centurião a ir ao encontro de Jesus para pedir a cura para seu criado. A fé está relacionado a faculdade da memória, pois, é na memória que habita o sentido eterno do homem, a sua felicidade. A fé promove no homem uma revisão de vida, um olhar não só para o presente, mas um olhar principalmente sobre um futuro, uma felicidade eterna que um dia virá. Só a fé é capaz de mover o homem, pois, é a partir de uma capacidade identificar um sentido para vida, uma felicidade, uma realização, que o homem se põem a caminhar em uma direção.
Conclusão:
Queridos irmãos e irmãs, como vimos cada ponto de nossa reflexão possui uma relação com uma faculdade da alma. As faculdades da alma são os mecanismos essenciais para uma boa vivencia de fé, uma vez que esse organismo espiritual, quando bem trabalhado se torna um grande auxilio para o processo de conversão. Vimos que a fé é aquela que motiva a vontade, que por sua vez inclina a razão a um puro discernimento. Precisamos pôr em nossa vontade um centurião de guarda, e esse é a própria fé, que protege e motiva. E esta fé fará a vontade se incline cada vez mais a Deus, razão de nossa vida. Portanto, a via que o evangelho nos propõem, é uma via de conversão em que nós precisamos aderir a fé em Cristo, para que essa incline a nossa vontade a pedir a cura de nossa consciência e de nossos pecados. Para assim, sermos libertos de nossas cadeias e prisões pecaminosas. É necessário que sejamos senhores, e não escravos de nossos preconceitos e ideologias. Com isso, fortalecidos pela fé e conscientes de onde queremos chegar, promovamos em nós, como aconteceu na cena do evangelho, em que motivados pela fé, possamos ir ao encontro de Jesus para sermos curados de nossas debilidades e escravidões, e assim, possamos formar a consciência segundo a verdade de Deus, pois, não somos dignos de que Ele entre em nosso interior, mas, dizei uma palavra de fé e será curado.
- Qual é a cura que eu preciso hoje?
- Minha vontade se porta como um centurião ou um escravo?
- Nossa morada interior é onde Deus quer habitar, por isso devemos manter limpa esta morada.
Seminarista Rafael Augusto
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