segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

3ª Semana do Advento - Mt 21, 23 – 27

“Baptismum Iohannis unde erat e caelo an ex hominibus.”
(De onde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?)

O Evangelho de hoje é uma reflexão sobre as origens, onde Jesus questionado pelos sumos sacerdotes e pelos anciãos do povo: “Com que autoridade fazes estas coisas? (v.23)”. Esse questionamento se volta para cada um de nós quando Jesus pergunta a eles: “De onde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?(v.25)”; e esse questionamento  se torna vivo em nós, pois, João Batista é a imagem de cada um de nós, uma vez que, também somos aqueles que preparam o caminho para a segunda vinda de Cristo.

Hoje em dia também somos muito questionados de com que autoridade pregamos a verdade, e devemos ter consciência plena de onde vem a nossa autoridade. Pelo batismo recebemos o poder de ensinar, reger e santificar aqueles que estão ao nosso redor, e esse poder é graça de Cristo, por participação em sua vida, e por isso nos tornamos cristãos, para nos mover como Jesus Cristo nosso Senhor. Com isso, encontramos a via de conversão que é proposta pelo Santo Evangelho, pois, nele se encontra imagens que mostram o sentido vivo da vocação cristã. Primeiro encontramos a pessoa de Jesus, em segundo lugar vemos a de João Batista, e em terceiro lugar vemos a autoridade com que os santos dão testemunho.

I – Jesus é o nosso modelo, e pelo batismo nós nos tornamos reflexo dEle, para que no mundo possamos dar testemunho daquele que é o salvador, que nos trás uma nova vida. A nossa vida cristã só possui sentido se nós, pelo testemunho, refletimos a face de Cristo, pois é este testemunho de vida que trás a esperança ao mundo. Vê que os anciãos e sacerdotes questionam de onde vê aquela autoridade com que Jesus pregava (v.23), e essa é a vocação do cristão, ser causa de contradição no mundo, nadando contra a correnteza do mundo que só nos faz destruir. Nossa única missão é imitar Jesus Cristo.

II – João Batista não está na cena do evangelho, mas ele é citado como um argumento de autoridade, uma vez que ele era tido como um santo profeta, e da mesma forma devemos refletir se também possuímos essa autoridade de João. João Batista é aquele que prepara o caminho de Jesus cristo, e esse também é um dos ofícios que todo cristão possui, de preparar com a vida a vinda do Reino de Deus. E este reino começa a ser construído em nosso coração, através de uma viva e sincera conversão.

III – Por terceiro podemos refletir sobre a autoridade do cristão, que não fala por si, mas por Deus, pois seus atos e palavras são tão unidos a Deus, que quando um cristão fala é Deus quem fala nele. Vê que responsabilidade nós temos, pois recebemos tamanha autoridade, não para se elevar sobre os outros, mas sim para ser o menor de todos. E assim, podemos entender quando Jesus diz: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas (v.27)”, é assim, sob este mistério divino, que repousa a vida daqueles que fielmente seguem e dão testemunho da verdade, pela autoridade do próprio Jesus Cristo.

Conclusão: 

Queridos irmãos e irmãs, neste evangelho nós somos questionados, e precisamos tomar consciência do chamado à viver plenamente o batismo tendo a missão de imitar Cristo, de agir como João Batista, e pela autoridade do Espírito Santo, que é a fonte de toda autoridade no céu e na terra. Assim como  Jesus é questionado da origem de sua autoridade, também nós somos questionados, e precisamos dar o verdadeiro testemunho desta autoridade divina, que nos é dada pelo batismo. Portanto, é necessário na vida do cristão o testemunho, pois é através dele que o verbo (a pregação) se torna carne (vida em nossa vida).

- Será que eu reflito a autoridade de Cristo, ou somente o meu autoritarismo?
- Eu tenho consciência que da origem da minha autoridade?
- A verdadeira autoridade é aquela que gera liberdade, e não medo.

Seminarista Rafael Augusto

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