quinta-feira, 27 de novembro de 2014

34ª Semana do Tempo Comum - Lc 21, 20 – 28

"Et tunc videbunt Filium hominis venientem in nube com potestate magna et majestate.”
(Então, verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória.)
Neste evangelho Jesus continua a falar da destruição de Jerusalém. E continua a predizer aquilo que irá acontecer, e como o fiel deverá se portar. Mas, ao fazer uma leitura mais transpessoal do texto, passamos a não olhar a letra sagrada de fora para dentro, mas sim no caminho contrário, de dentro para fora, e assim, vemos que o texto que a princípio fala e exorta sobre o fim dos tempos, na verdade está nos alertando sobre o fim do nosso próprio tempo.

“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima (v.20)”. Como já vimos há dias a trás, Jerusalém significa cidade da paz, e essa Jerusalém está relacionada ao nosso coração, pois, só no coração pode habitar a verdadeira paz. A Jerusalém cercada é a imagem dos pecados que nos cercam e nos impedem de viver a verdadeira paz, e Jesus exorta: ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Pois, uma vez a alma cercada de pecados, ela tende a destruição total, como exorta São Paulo: o salário do pecado é a morte. (Rm 6, 23) 
Portanto, Jesus nos possibilita três reflexões neste evangelho, onde a primeira é a montanha (v.21), a segunda é a imagem das mulheres grávidas e que tiverem amamentando (v.23), e a terceira que é a vinda do Filho do Homem (v.27). O Evangelho assim, nos impulsiona em uma via de reflexão e santidade.

I – “Então, os que estiverem na Judéia fujam para as montanhas (v.21)”. Jesus indica a saída para nossas tribulações e pecados, que fugir para a montanha. A montanha é a imagem da presença de Deus, onde lá se dialoga, onde se aprende a Lei, e é também na montanha que nós, pelo abandono da cruz, podemos nos configurar ao próprio Cristo. Quando as tribulações afligirem a cidade da paz (nosso coração), nós precisamos correr ao encontro daquele que é o Sumo Bem. Mas, o subir a montanha é um processo doloroso, que requer perseverança, pois, nessa subida temos que desapegar todo excesso de bagagem, para ao mais rápido chegar à presença de Deus. Pois, aquele que não se desapega, facilmente desistirá no meio do caminho.

II – As mulheres grávidas e que amamentam são a imagem dos próprios cristãos, uma vez que, essas mulheres são as responsáveis por gerar a vida, de alimentar a vida e de educar para a vida. Também os cristãos são como essas, que geram a vida ao mundo pela fé, alimentam a vida pela esperança, e educam o mundo na caridade fraterna. Jesus faz uma predição sobre estas mulheres, pois, uma grande angustia cairá sobre aqueles que vivem, ensinam e praticam a verdade.

III – “Então, verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória (v.27)”. Esse pequeno trecho do evangelho, trás alguns elementos essenciais para a nossa reflexão. Trazendo para a nossa vida, entendemos que esta passagem nos remete ao fim da vida. Pois, quando fecharmos os olhos para essa vida terrena, veremos o Filho do Homem que virá para o juízo particular, e Ele vem sobre a nuvem que figura o batismo, uma vez que a nuvem é composta de água condensada, e assim, Ele virá julgar a cada um sobre as obras do batismo. E quando essa nuvem descer em meio a nós, ela fará assim como fez com Moisés, que ficou com a face resplandecente, e esse é o sinal de uma vida santa, pois a água limpa nos dá a possibilidade de ver aquilo que está no fundo. E assim é a vocação do cristão que é chamado a transparecer a vida de Cristo, em um testemunho de luz em meio aos homens.

Conclusão:

Queridos irmãos e irmãs, Jesus mostra que quando nossa paz for atacada, precisamos correr rapidamente para a montanha, para presença de Deus, e vimos também que é preciso desapegar-se, para chegar ao mais rápido junto dEle. Necessitamos também perseverar em nosso trabalho régio, profético e sacerdotal, para guiar, ensinar e santificar, a nós e àqueles que nos são confiados. Uma vez que é chegada a nossa libertação, e para gozar dela é necessário perseverar.

- Como está minha vida de oração?
- Em que estou colocando o meu repouso? 
- Para subir a montanha de Deus é preciso deixar tudo para assumir o TUDO.

Seminarista Rafael Augusto

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