Acabamos de viver o tempo do advento que nos preparou para o Natal do Senhor, a chegada do Deus Emanuel, o Deus conosco, o Deus que intervêm em toda a humanidade tornando-se homem como nós, tornando-se carne, assumindo nossa condição humana. Ele assumiu em tudo a condição humana, menos no pecado (Hb 4,15). Ao encarnar-se, Cristo mostra-nos a imagem perfeita do Pai, Ele é a Palavra Eterna. E se realmente vivemos o tempo do advento e do Natal, a resposta à pergunta colocada encontra-se em nossos corações, ou seja, a imagem que temos de Deus Pai é o seu Filho encarnado, que elevou a natureza humana decaída pelo pecado.
Agora podemos responder a primeira pergunta: O que significa ser imagem de Deus? Somos criaturas de Deus, criados a sua imagem e semelhança, criados para o amor, criados para a felicidade, criados para a verdade, ser imagem de Deus que é infinitamente bom, infinitamente amor, é agir de acordo com nossa própria essência, já somos criados para o bem, entretanto, a entrada do “pecado original fere a natureza humana” (CIC 1714) e essa ferida, essa mancha, trouxe-nos uma luta interior como São Paulo expressava: “Pois não faço o bem que quero; mas pratico o mal que não quero” (Romanos 7,19). Isso é fruto do pecado original, o drama que todos nós vivemos, e só venceremos com a graça Divina e nosso esforço humano para colaborar com essa graça que age em nós.
Por isso começamos respondendo à questão sobre qual imagem temos de Deus, pois fomos criados a sua imagem e semelhança. Pecamos em nossos pais (Adão e Eva), porém essa imagem que temos de Deus, que é o próprio Cristo que nos remiu e elevou a dignidade humana à sua plenitude, ensina-nos a sermos homens, mas acima de tudo ensina-nos a sermos filhos, filhos no Filho. Em Cristo recebemos a adoção filial que nos é dada no batismo.
E mesmo que dentro de nosso interior trave-se uma árdua batalha entre o bem e o mal, nunca nos permitamos olhar somente para nossas incapacidades, nossos defeitos, há uma frase do escritor Britânico C.S Lewis, autor do Livro As Crônicas deNárnia, que diz: “Olhe para você, e você vai encontrar em toda a longa jornada de sua vida apenas ódio, solidão, desespero, ruína e decadência. Mas olhe para Cristo e você vai encontrá-Lo, e com Ele tudo o que mais você necessita.” Encontrando Cristo percebemos que “Ele não tira nada, Ele dá tudo.” (Bento XVI)
Portanto, hoje levamos o nome de Cristãos, isso significa ser discípulo de Cristo, significa sermos outro Cristo, e que venham dificuldades, pois é a partir delas que responderemos com nossa vida se levamos somente o nome de cristãos ou se realmente somos outro Cristo. Que como João Batista, que não era a Luz, porém dava testemunho da Luz, espalhemos o amor a todos que ainda não amam a Deus. Não importa as nossas misérias ou pecados, o que importa é que nos esforcemos para seguir a Cristo e amá-lo com toda força de nossa existência, aí sim encontraremos sentido para lutar contra nossas misérias e pecados, que é o que nos separa desse Amor Perfeito.
Que Nossa Senhora do Amor Divino que sempre reconheceu a sua dignidade, e que no sentido mais pleno da palavra, foi imagem e semelhança de Deus, imitando e amando o seu Filho, nos ajude não só a evitar o mal e fazer o bem, mas nos ajude a amar a Cristo com toda a nossa vida como ela sempre fez.
Seminarista Eduardo Pinheiro
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