quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O agir Cristão

A terceira parte do Catecismo trata sobre os dez mandamentos, que expressam as orientações que Deus propõe ao seu povo, através de Moisés no Monte Sinai, formando assim as Leis que deveriam ser seguidas por todo povo de Israel. Assim, Deus mostra-se interessado na conduta do povo, para que tenham uma vida digna de filhos, instituindo os mandamentos. O catecismo, ao tratar sobre a moral, convida-nos a uma experiência de fé cotidiana, transparecida por nossas ações, com Deus e em Deus, mas também com os outros. Assim, nesta parte são tratados temas como virtudes e vícios, abordando a moral cristã com base nos mandamentos dados por Deus e transmitidos de geração em geração pela Igreja.


Muitas vezes podemos achar que a Igreja induz seus fiéis com ideologias e verdades próprias, entretanto, não é isso o que acontece, a Igreja, instituída por Cristo, segue o mandato Dele, o próprio Deus encarnado, que nos revela a plenitude do ser homem, “Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre sua altíssima vocação” (GS 22). Toda moral cristã não é apenas um moralismo, ou uma ideologia, mas sim, o seguimento do que Jesus nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...” (João 14, 6). Portanto não é a Igreja por parte do Clero que cria um agir, uma verdade, mas é o próprio Cristo, cabeça da Igreja, que Se revela a nós, dando pleno cumprimento à lei e convida-nos a uma vida correta, uma vida Nele mesmo, para assim, descobrirmos o sentido de nossa existência e de nossa vocação, seja ela qual for.

Não precisamos ir muito longe para vermos que existem pessoas que insistem em desassociar a vida cotidiana da vida de fé. Seria isto válido ou coerente? A resposta é fácil, NÃO se pode desassociar a vida cotidiana da vida de fé. Na maior parte das vezes,  é aparentemente mais cômodo separar a fé das ações cotidianas, porém, não é coerente com a fé que abraçamos, que exige um testemunho. Há questões polêmicas em que a Igreja, seguindo os ensinamentos de Cristo, se posiciona claramente contra, como por exemplo: eutanásia, aborto, manipulação da vida, o prazer pelo prazer, etc., mas vemos muitos cristãos que agem com indiferença diante destas questões, ou pior ainda, tomam os caminhos contrários ao ensinamento da Igreja.

“Seja o vosso falar 'sim, sim; não, não’, O que passar disso é de procedência maligna” (Mateus 5, 37). Se abraçamos a fé em Cristo dando nosso sim, que prossigamos, e se renunciamos ao mundo com a falsa ideia de felicidade, dando o nosso não, que perseveremos assim, para que a nossa coerência de vida nos faça alcançar a vida eterna.“Tende a coragem das escolhas definitivas e vivei-as com fidelidade!” (Bento XVI), precisamos acreditar, precisamos celebrar, mas principalmente viver uma vida digna e santa, pois há algo de eterno, há algo tão sublime que espera-nos, que é a vida eterna. Nossas atitudes, nosso agir, devem todos ser antecipação do céu, podemos fazer isso lutando pela vida humana, lutando por testemunhar o que cremos e aprendemos através de Cristo e sua Igreja, mas resumindo, a forma mais sublime de antecipar o céu já aqui na terra, é simplesmente AMAR. Essa capacidade de viver o amor deve ser manifestada no nosso contato com os outros. Assim, veremos Cristo em tudo e em todos."Sabes qual é a felicidade dos santos? É possuir a vontade satisfeita em todas as suas aspirações" (Santa Catarina de Sena) . 

Que Nossa Senhora do Amor Divino nos ajude a cumprir o resumo dos mandamentos deixados por Cristo, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, assim, veremos que todos os outros mandamentos procedem de Deus e testemunham-se em nós.

Seminarista Eduardo Pinheiro

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