Os três elementos são conhecidos também como as “três vias”, que promovem na vida espiritual do fiel um grande crescimento, pois eles estão envoltos ao processo de conversão, com isso vê-se todo o processo de conversão. Começa com a purificação do pecado, seguida da iluminação da consciência, para, por fim, chegar à união íntima com o próprio Deus.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
sábado, 19 de setembro de 2015
Homilia XXV Domingo do Tempo Comum(20/09): Quem é o maior?
No Evangelho (Mc 9, 30-37), São Marcos relata-nos que Jesus atravessa a Galiléia com os discípulos, e pelo caminho anuncia-lhes sua paixão e morte e dá-lhes uma lição de humildade e serviço.
Dizia-lhes com toda a clareza: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão, e Ele ressuscitará ao terceiro dia”. Mas os discípulos, que tinham formado outra ideia acerca do futuro reino do Messias, não compreendiam estas palavras e temiam interrogá-lo. Enquanto Jesus anuncia a sua paixão um fato que nos chama a atenção é atitude dos discípulos que discutem entre si “qual deles era o maior.”
Por isso, ao chegarem a Cafarnaum, quando estavam em casa, Jesus questiona o assunto da conversa: “o que vocês estavam discutindo pelo caminho? Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior.”
Como naquele momento com os apóstolos, hoje também, Jesus precisa colocar diante de nós uma criança e dizer-nos sempre de novo: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos. Aquele que receber uma destas crianças por causa de meu nome, a mim recebe” (Mc 9, 35-36).
Jesus não nega o desejo existente no coração humano de ser grande, de ser o primeiro. Dá, porém, a chave para consegui-lo. Trata-se de imitar o Filho do Homem no seu mistério pascal. Morrer e ressuscitar, entregando-se por amor. Para ser o primeiro devemos ser o último , aquele que serve a todos. E para servir a todos é preciso morrer a si mesmo, aos próprios interesses, aos critérios de poder e de grandeza humanos.
Servir a todos é acolher a uma criança pelo valor que nela existe, é empregar tempo no serviço àqueles que como uma criança no tempo de Cristo, e hoje, não têm importância, não podem dar recompensa, não têm meios de compensar as nossas ações feitas.
Quem entendeu realmente este ensinamento de Jesus Cristo, começa a ver as coisas de modo diferente. Não mais na visão meramente humana. Em vez de pensar em si mesmo, começa a ver a necessidade do próximo.
Para alcançarmos essa meta, para termos a visão sobrenatural das coisas, dos acontecimentos, precisamos da virtude da humildade. O que considera pouca coisa diante de Deus, o humilde, vê; o que está contente com o seu próprio valor não percebe o sobrenatural.
A humildade é uma virtude básica. É a virtude básica! “Pela senda da humildade vai-se a toda parte..., fundamentalmente ao Céu.” (Sulco, 282).
A oração é verdadeira quando regada pela humildade. Esta é o fundamento da oração. De onde falamos nós ao rezar? Das alturas de nosso orgulho e vontade própria, ou das “profundezas” (Sl 130,14) de um coração humilde e contrito? Quem se humilha será exaltado. “Não sabemos o que pedir como convém” (Rm 8,26). A humildade é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração; o “homem é um mendigo de Deus” (Santo Agostinho). “A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes”.
Ensinou Santa Terezinha: “oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da Igreja.”
Acredito ser oportuno meditar, fazer um exame de consciência para saber como estamos vivendo a virtude da humildade.
Os santos nos ensinam a adquirir a virtude básica de nossa vida cristã!
“Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade: - pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou dito do que aquilo que os outros fazem ou dizem; - querer levar sempre a tua avante;
-discutir sem razão ou – quando a tens – insistir com teimosia e de maus modos;
- dar o teu parecer sem que to peçam, ou sem que a caridade o exija;
-desprezar o ponto de vista dos outros;
- não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
-não reconhecer que és indigno de qualquer honra e estima, que não mereces sequer a terra que pisas e as coisas que possuis;
- citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
- falar mal de ti mesmo, para que façam bom juízo de ti ou te contradigam;
- desculpar-te quando te repreendem;
-ocultar ao Diretor algumas faltas humilhantes, para que não perca o conceito que faz de ti;
-ouvir com complacência quando te louvam, ou alegrar-te de que tenham falado bem de ti;
-doer-te de que outros sejam mais estimados do que tu;
- negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
-procurar ou desejar singularizar-te;
-insinuar na conversa palavras de louvor próprio ou que deem a entender a tua honradez, o teu engenho ou habilidade, o teu prestígio profissional...;
-envergonhar-te por careceres de certos bens...(São Josemaria Escrivá, Sulco, 263).
Deus resiste aos soberbos! “... dispersou os que têm planos orgulhosos... e exaltou os humildes” (Lc 1, 51-52).
Peçamos continuamente: “Jesus manso e humilde de coração fazei o nosso coração semelhante ao vosso”!
“Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (Mc 9, 35).
Mons. José Maria Pereira
sábado, 12 de setembro de 2015
Homilia XXIV Domingo do Tempo Comum(13/09): A Resposta de Pedro
O Evangelho (Mc 8, 27-35) nos
apresenta Jesus com os seus discípulos em Cesareia de Filipe. Enquanto
caminham, Jesus pergunta aos Apóstolos: “Quem dizem os homens ser o Filho do
homem?” E depois que eles apresentaram as várias opiniões que as pessoas
tinham, Jesus pergunta-lhes diretamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?”.
Disse São João Paulo II, em 1980:
“Todos nós conhecemos esse momento em que já não basta falar de Jesus repetindo
o que os outros disseram, em que já não basta referir uma opinião, mas é
preciso dar testemunho, sentir-se comprometido pelo testemunho dado e depois ir
até aos extremos das exigências desse compromisso. Os melhores amigos,
seguidores, apóstolos de Cristo, foram sempre aqueles que perceberam um dia
dentro de si a pergunta definitiva, incontornável, diante da qual todas as
outras se tornam secundárias e derivadas: “Para você, quem sou Eu?” Todo o
futuro de uma vida “depende da nossa resposta nítida e sincera, sem retórica
nem subterfúgios, que se possa dar a essa pergunta”.
Essa pergunta encontra particular
ressonância no coração de Pedro, que, movido por uma graça especial, respondeu:
“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus chama-o bem-aventurado (Feliz és
tu, Simão...) por essa resposta cheia de verdade, na qual confessou abertamente
a divindade dAquele em cuja companhia andava há vários meses. Esse foi o
momento escolhido por Cristo para comunicar ao seu Apóstolo que sobre ele
recairia o Primado de toda a sua Igreja: “Por isso eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca
poderá vencê-la...”.
Pedro confessou sua fé no Cristo,
Filho de Deus vivo, graças à escuta de sua palavra e à cotidiana convivência. O
Discípulo reconheceu o Messias porque a revelação do Pai encontrou nele
abertura e acolhida. Quer dizer, descobre a verdade dos desígnios de Deus quem
se deixa iluminar pela luz da fé. Com razão, reconhece o Documento de
Aparecida: “A fé em Jesus como o Filho do Pai é a porta de entrada para a
Vida.” Como discípulos de Jesus, confessamos nossa fé com as palavras de Pedro:
“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (DAp, 100). A fé é um dom de Deus, é
uma adesão pessoal a Ele. Crer só é possível pela graça e pelos auxílios interiores
do Espírito Santo.
Para dar uma resposta convincente
de fé, os cristãos precisam conhecer a fundo Jesus Cristo, saber sempre mais sobre
sua pessoa e obra, pela leitura e meditação dos Evangelhos e pelos encontros
com Ele por meio da ação litúrgica, em particular, dos sacramentos.
“Tu és Pedro...”. Pedro será a
rocha, o alicerce firme sobre o qual Cristo construirá a sua Igreja, de tal
maneira que nenhum poder poderá derrubá-la. E foi o próprio Senhor que quis que
ele se sentisse apoiado e protegido pela veneração, amor e oração de todos os
cristãos. Se desejamos estar muito unidos a Cristo, devemos estar sim, em
primeiro lugar, a quem faz as suas vezes aqui na terra. Ensinava São Josemaria
Escrivá: “Que a consideração diária do duro fardo que pesa sobre o Papa e sobre
os bispos, te leve a venerá-los, a estimá-los com a tua oração” (Forja, 136).
O nosso amor pelo Papa não é
apenas um afeto humano, baseado na sua santidade, simpatia, etc. Quando vamos
ver o Papa, escutar a sua palavra, fazemo-lo para ver e ouvir o Vigário de
Cristo, o “doce Cristo na terra”, na expressão de Santa Catarina de Sena, seja
ele quem for. O Romano Pontífice é o sucessor de Pedro; unidos a ele, estamos
unidos a Cristo.
Jesus continua perguntando-nos:
“quem dizeis que eu sou?” para responder, não basta procurar na memória alguma
fórmula que aprendemos no catecismo, ou ouvimos de outros ou lemos nos livros.
É preciso procurar no coração, em nossa fé vivida e testemunhada. Assim
descobriremos o que Jesus representa, de fato, em nossa vida.
Mons. José Maria Pereira
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Introdução à Espiritualidade
A espiritualidade é a forma pela qual o homem se relaciona com o transcendente, com o próprio Deus, e é a partir dessa via que o homem vai ao encontro da união divina. A espiritualidade é a forma de diálogo divino; ela é a porta para do quarto nupcial, pelo qual a alma, amada, encontra o Amado, Deus; ela é também a mesa do banque, ao qual a alma busca o seu alimento de cada dia.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
Se Deus me ama, por que eu sofro?
“Meu coração dentro em mim se angustia, e os terrores da morte me abatem; o temor e o tremor me penetram, o pavor me envolve e deprime! ” (Salmo 54 (55), 5-6).
A pergunta sobre a morte e o sofrimento é uma constante em meio aos homens. Por que o sofrimento? Por que a dor? Por que a morte? O coração do homem se angustia diante dessas realidades. A morte é um terror, um assombro, é um despertar ao nada e ao desespero. O forte e o fraco estão à espera da morte, pois ela virá igualmente à ambos. A alegria cessará, a incerteza chegará, e o que restará? Mas, por que a morte, por que o sofrimento, por que as doenças, os problemas genéticos, a dor, a angustia e o pavor? Se Deus me ama por que tudo isso? Se só Deus é Criador, por que o mal?
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